Nas duas últimas semanas dois clipes musicais me chamaram muita atenção pelo conteúdo crítico deles. O primeiro descobri escutando músicas francesas, se chama Nouveau Parfum, da cantora Boggie, e foi destaque na internet na semana passada devido ao efeito impressionante do clipe em que a cantora é "photoshopada" enquanto canta a música. Ao final, a cantora está completamente diferente dela mesma. A letra trás uma série de nomes de famosos perfumes e depois diz:
"O que eu escolho?
Por que eu escolho?
Quem quer que eu escolha?
Eu não sou seu produto
De beleza, de preciosidade
Eles não podem me mudar
Sem comparação, inigualável,
A nova fragrância, sou eu mesmo, novo perfume"
O outro clipe é da música Pretty Hurts, música do novo cd de Beyoncé. O clipe se passa num ambiente de concurso do fictício e fala sobre como este mundo pode ser cruel no que tange à busca d
"A beleza dói
Evidenciamos o que temos de pior
A perfeição é a doença da nação
Tente reparar algo
Mas você não pode reparar o que não consegue ver
É a alma que precisa de cirurgia"
Evidenciamos o que temos de pior
A perfeição é a doença da nação
Tente reparar algo
Mas você não pode reparar o que não consegue ver
É a alma que precisa de cirurgia"
E a versão estendida deste último ainda trás um questionamento muito interessante para a personagem principal no clipe: "O que você aspira na vida". Ela responde que a principal aspiração da vida dela é ser feliz. Acredito que esta seria a resposta de muitos de nós. Mas o que estamos fazendo de fato para sermos felizes neste mundo? É possível ser feliz? Com tanta superficialidade, no meio deste mundo em que o estético é primordial e os valores são esquecidos, como ser feliz? Como fugir da "felicidade" vendida e anunciada nos comerciais da televisão, nas músicas "ostentadas" do funk carioca (senão brasileiro), nos sonhos construídos entre secadores e chapinhas?
Márcia tem uma visão muito interessante sobre esta felicidade e sobre como existe atualmente uma quase obrigação por ser feliz. Acho que podemos partilhar e repensar nossos conceitos nesta semana que iniciamos a partir deste trecho que ela diz no vídeo (super recomendo assistir o vídeo todo - neste Link - e também os outros 3 da série): "Para nos salvarmos destas obrigações, deveres para com a felicidade, nós devemos justamente então, começar usá-la simplesmente num sentido de uma interrogação. Sugeriria isto com um exercício cotidiano na vida de todos nós. Que a gente levasse este termo daqui pra frente sempre como um termo duvidoso. E é dessa dúvida, do caráter duvidoso deste termo, que eu acho que ele pode nos oferecer alguma coisa muito bonita: a capacidade de construir uma busca em torno da felicidade, descobrir no meio do processo desta busca a chance de construir a própria felicidade, mas nunca como o ideal pronto e realizado e sim como uma aventura que é auto gerada, que é gestada no nosso próprio cotidiano".
Somos diversos! Sejamos!
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